Acredito que o mundo é dividido em dois grupos. Dois distintos grupos. O das pessoas interessantes e o das pessoas “sem sal”. Claro que entre esses dois grupos existem vários outros subgrupos (como os que comem cachorro quente de lado ou aqueles que o devoram de cima para baixo – assunto para um futuro post), porém vou me ater apenas aos extremos mencionados.
O primeiro grupo é - como o próprio nome diz - muito interessante. É dotado de pessoas legais, perspicazes e, geralmente, abençoadas por um inigualável senso de humor. Senso de humor, aliás, é conditio sine qua non para fazer parte de tão seleto grupo. Ou você conhece alguém interessante que não lhe faz rir? Eu não conheço!
Afirmo que tal grupo é seleto porque, ao meu ver, poucas são as pessoas dotadas de senso de humor qualificado ou das outras características implicitamente mencionadas, tais como inteligência, bom senso, caráter, entre outros.
No outro extremo, existem as pessoas “sem sal”. Conheço várias pessoas assim. Pessoas sem qualquer diferencial, sem assunto, sem “interesses interessantes”. Enfim, pessoas apagadas, chochas, desprovidas de qualquer encanto.
Todos conhecem alguém assim. Se você se esforçar bem, lembrar-se-á de alguém que se parece com uma porção de batatas fritas sem sal. Lembrou?
Conceituados os dois grupos, o problema está justamente na autodefinição, ao passo que muitas pessoas “sem sal” acreditam ser interessantes e muitas destas acreditam serem “sem sal”.
Via de regra, são as pessoas “sem sal” que acreditam ser interessantes. O contrário não é muito comum, posto que pessoas interessantes sempre sabem que são interessantes. Será?
Agora fiquei na dúvida... Será que sou uma pessoa interessante ou uma pessoa “sem sal”. Minha esposa jura de pés juntos que sou interessante, mas seu voto, como todos sabem, é dotado de certa parcialidade.
Está aí, portanto, uma pergunta que todos deveriam se fazer:
- Sou uma pessoa interessante ou uma pessoa "sem sal"?