quarta-feira, 22 de junho de 2011

Bob's também erram


Aviso: Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Faz dois meses que eu e mais quatro amigos formamos uma banda. Tocamos uma vez por semana na casa de um deles.

Nossa banda conta basicamente com quatro membros comuns, com aptidões igualmente simplórias.

Eu, no violão. Marco, no baixo. Ângelo e Momo nos vocais. A propósito, ainda não temos baterista.

Apenas um membro que se diferencia dos demais. O apelido dele é Bob.

Bob é uma virtuose da guitarra. Nem mais, nem menos.

Simplesmente, ele executa qualquer música ou solo que lhe aprouver. Em outras palavras, o cara tem um talento enorme, naturalmente invejado por muitos.

Ocorre que, no último ensaio da banda, resolvemos comprar umas cervejas para dar uma animada.

Cerveja vai, cerveja vem, voltamos aos instrumentos para dar continuidade ao ensaio, e foi justamente neste momento que presenciei uma cena bastante curiosa.

Bastou que Bob começasse a executar o primeiro solo de uma das músicas do nosso repertório para que ele errasse. Não foi um super equívoco, mas ainda sim foi um erro.

Lembro de ter pensado: O Bob errou... Não acredito!

Para uma banda normal, com um guitarrista comum, talvez seja corriqueiro errar um solo ou outro nos ensaios, mas para uma banda que conta com Bob nas guitarras, o erro é uma coisa que praticamente não existe.

Como disse antes, o cara é um monstro.

Todos rimos do erro tolo de Bob. Afinal, não é todo dia (ou todo ensaio) que conseguimos presenciar uma cena tão estranha à nossa realidade.

No entanto, para minha surpresa, vi que ele errou o solo mais uma ou duas vezes.

Pode parecer estranho que eu esteja ressaltando os erros alheios, mas foi apenas nesse momento que me lembrei da condição de humano a que todos estamos submetidos.

Naquele momento em especial, Bob parecia um simples mortal.

Embora ele esteja bem longe de ser um guitarrista comum, era isso que ele parecia naquele princípio de noite de sábado.

Curiosamente, tal fato me animou. Lembrou-me que todos nós fomos iniciantes um dia, até mesmo Bob.

Já resolvi: quando eu crescer, quero ser um Bob. No mínimo, ter um talento quase sobre-humano.

Afinal, não é todo dia que vemos Bob's por aí... Não mesmo.

2 comentários:

Marangoni disse...

Aah, Legal... Bob me lembrou de alguns outros guitarristas, suprassumos do mundo music, como talvez Slash e também Gilmour... Mas assim, acho que eles não erram tanto, e quando erram fazem o erro parecer acerto, aí está a arte... Não param de tocar, dissimulam...
Bem...
http://mundointerrogado.blogspot.com

Marco disse...

hehe... totalmente verdadeiro o texto. e os fatos.

agora, uma pergunta: será que teu espanto será o mesmo quando tu olhar e perceber: o Marco acertou!? heheh

abraço!
ah! quando eu crescer, também quero ser um Bob....