quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Só me resta esperar pelo anoitecer...


Foto: apostarestante.blogspot.com

Acordei com um sobressalto clássico. Mais uma vez na mesma semana estava sendo invadido por aquela sensação de estar caindo num poço sem fundo.

Com a ponta do lençol, enxuguei o rosto encharcado de suor. Em seguida, como se uma nova rotina estivesse nascendo bem diante dos meus olhos, olhei para a esquerda à procura das horas.

O inimigo - apelido carinhoso dado ao despertador - apontava sem qualquer piedade 4:57 AM; tarde demais para dormir, cedo demais para acordar, o suficiente para que o desespero ganhasse força novamente.

Como se fosse a plateia do meu próprio monólogo, fingia não saber o porquê de tanta angústia, de tamanha falta de sono.

Então, um tanto receoso com o reflexo noturno, olhei no espelho. E foi quando me dei conta de que a sensação positivada através do meu rosto era insustentável. 

Por deus, precisava enfim admitir que estava apaixonado. Mas como alguém como eu, um ser indiferente aos sentimentos, poderia estar perdidamente apaixonado por uma única mulher dentre tantas?

Após refletir um pouco, peguei o telefone convicto de que precisava ligar para ela e declarar toda minha paixão, minha angústia, e todo o sentimento que corria em minhas veias.

Despejar aquela gama de sensações contraditórias e sofridas que somente um apaixonado pode sentir. Mais do que isso, queria gritar aos quatro ventos o quão estava sendo invadido pelo "fogo que arde sem se ver".

Antes de discar, contudo, voltei a olhar para o inimigo (o despertador). Apenas seis minutos haviam se passado desde a última olhadela. 

Balancei os joelhos freneticamente, como se isso fosse capaz de acelerar o tempo. Minha tentativa foi em vão.

Mesmo estando no epicentro do furacão, sabia que era cedo (ou tarde) demais para ligar para ela. Para desespero do meu id, teria que esperar pelo completo alvorecer.

Enquanto esperava, peguei no sono.

Quando acordei, senti que os sentimentos de outrora haviam arrefecido. Já não estavam mais imbuídos da carga emocional de horas atrás.

Então, resolvi não ligar. Ser prudente, como sempre.

Sabia, porém - sempre existe um porém -, que outras madrugadas inquietantes estavam por vir, assim como outros sobressaltos, outras viradas de pescoço em busca das horas. 

A verdade é que havia me apegado ao inimigo e à sua inconstância, tal qual o sentimento que teimava em me assombrar nas madrugadas.

Só me restava esperar pelo anoitecer. Pela próxima madrugada...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Faça acontecer


Foto: confrariacarpevinum.blogspot.com

Todos os anos fazemos a mesma coisa assim que o último dia do ano se aproxima.

Em suma, elaboramos uma lista mental com as coisas que queremos mudar, com as metas que pretendemos atingir, sejam estas ousadas ou não.

Mesmo que de forma inconsciente, sempre acabamos desejando uma coisa ou outra, ainda que tenhamos "a certeza de que o último dia de dezembro é sempre igual ao primeiro de janeiro".

Até porque planejamento é essencial para que obtenhamos sucesso em nossas empreitadas. 

Logo, por que não aproveitarmos essa loucura coletiva chamada ano novo para fazermos algumas resoluções, traçarmos algumas metas?

Acontece que, infelizmente, nem sempre levamos a sério nossas próprias metas

Você que fez alguns planos no último dia do ano passado, já sentou-se junto a uma mesa com caneta e papel em mãos e anotou o que, de fato, conseguiu realizar durante o curto 2011?

Pergunto isso porque são muitas as pessoas que pedem inúmeras coisas, bem como as que fazem várias promessas, mas são poucas as que tentam pôr em prática as metas traçadas.

Algumas delas, no auge da estupidez, não só deixam de correr atrás de novos objetivos, como também conseguem a proeza de regredir alguns anos.

A ideia é progredir sempre, correto?

Chega até ser engraçado imaginar que alguém faça uma lista de coisas em seu desfavor.

Algo do tipo: "Bom... este ano quero perder o emprego, engordar uns 27 Kg, perder o amor da minha vida, entre outros..." Difícil imaginar... Muito difícil.

Estamos sempre em busca de mais (imagino eu). Mas, às vezes, por pura falta de organização, não conseguimos atingir nada palpável. Nada substancial.

Na verdade, a equação é bem simples: se os seus planos continuam os mesmos ano após ano, é porque você não está fazendo o dever de casa.  

Lembre-se: aquela velha história de que não devemos mexer em time que está ganhando, por uma questão lógica, não funciona para times que estão sendo sistematicamente derrotados.

Em 2012, nem que seja para variar um pouco, tente algo diferente.

Em outras palavras: faça acontecer de verdade.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!



Foto: pt.wikipedia.org

Gostaria de desejar a todos os leitores - assíduos ou não - um Feliz Natal!

Segue, abaixo, o primeiro texto de Natal deste blog, publicado há exatos 4 anos atrás:

Então é natal...

"Enfim, o ano está terminando. As luzes crescem exacerbadamente, multiplicando-se no mar de sacadas.

Junto com as luzes, vem a esperança. Esperança de dias melhores, de uma ligação daquele parente distante, daquele abraço deveras desejado.

Em datas especiais, o amor presente nas pessoas parece aflorar, mas é no natal que tal sentimento acaba por se evidenciar de forma inequívoca. Nos sete dias que separam o natal do tão esperado ano novo, as pessoas parecem ser melhores do que realmente são, demonstrando um apego social irreconhecível.

Como num passe de mágica, todos demonstram-se educados, armados de boas intenções e palavras. O mundo, ainda que por uma semana, evidencia-se um ótimo hospedeiro, em que todos contribuem para o crescimento do próximo.

Hipocrisia ou não, a vida de todos melhora, e isso é fato. E isso é bom para todos!

O natal parece trazer mágica, beleza e, acima de tudo, lembranças!

Não as lembranças comuns, mas sim as memoráveis! Lembrança do primeiro presente marcante, dos chocolates, das festas de família... Natal, repito, é mágico.

Existem as pessoas que, justamente em virtude das lembranças, acabam por achar o natal uma data triste, seja pela perda de um ente querido ou de um grande amor. A essas pessoas, digo: Natais melhores virão!

Essa é a diferença entre o natal e as outras datas comemorativas, pois só o natal, com todas as suas peculiaridades intrínsecas, é capaz de recuperar uma família desunida, de resgatar uma amizade adormecida ou, ainda, unir um grande amor um dia perdido, entre outros exemplos.

E para aqueles que, assim como eu, acreditam em tão bela data, desejo um feliz natal!

Um natal cheio de vida, digno de ótimas lembranças num futuro próximo.

Desejo, ainda, na inocência da minha criação positivista, dias melhores a todos! Com a esperança de que algum dia o mundo torne-se um lugar harmonioso e melhor de se viver."


Aquele abraço!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Cada um com seu interesse...

Foto: portalnippon.com

Vejo muitas pessoas discutindo sobre a importância dada à defesa de animais. 

Com uma animosidade ímpar, enquanto umas defendem os bichanos, outras atacam no sentido contrário, sustentando que existem inúmeros seres humanos precisando de ajuda.

Sinceramente, não entendo o motivo de tanta discussão.

Talvez eu esteja errado, mas acredito que existe lugar para todas as espécies de defensores, sejam de animais, pessoas, ou qualquer outra coisa.

Eu, por exemplo, não gosto que matem baleias, mas nem por isso pretendo embarcar num navio da Sea Shepherd e atacar os navios baleeiros.

A questão é que existem pessoas dispostas a agir dessa forma (ainda bem). E isso, como sabemos, foge do nosso controle. 

Não vislumbro qualquer problema quando alguém diverge sobre a importância dada a pessoas e animais, porém entendo que brigar por conta disso é pura perda de tempo.

São essas divergências, na minha opinião, que salvam o mundo. 

Imaginem se todos defendessem apenas pessoas, ou apenas animais... O planeta terra, sem dúvida, entraria em pleno desequilíbrio.

Lembro que nunca gostei muito dessa coisa de chapas estudantis quando na faculdade. Achava os alunos meio bitolados e exagerados em seu propósito. Hoje, no entanto, sei que o mundo precisa de gente assim. 

Se ainda não me fiz entender, vou dizer de forma expressa: tem espaço para todos defenderem seus interesses. Para todos.

Antes fazer alguma coisa em prol dessa ou daquela espécie do que ficar discutindo em redes sociais qual a mais importante.

Sejamos mais práticos, menos imbecis.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Natal sem creme de milho...


Foto: mundodastribos.com

No natal deste ano, não teremos o famoso creme de milho da minha mãe na ceia.

Confesso que quando soube disso, fiquei um tanto receoso. Preocupado seria a palavra mais adequada. Isso mesmo: preocupado.

Afinal, natal sem creme de milho é uma temeridade. Quase um absurdo. "Quase". 

A decisão de não fazer o creme de milho, que foi tomada em conjunto pela minha família, pareceu-me bastante ousada. Preocupante, como já disse.

Sempre que procuramos a mudança, querendo ou não, acabamos saindo da nossa zona de conforto. E todos sabemos que coisas nunca feitas antes requerem novas habilidades, novos conhecimentos.

Às vezes, até mesmo decisões simples como escolher o cardápio da ceia de natal podem ser cruciais para que tomemos um caminho diferente, talvez melhor, talvez pior. 

Talvez por isso acho importante saber sopesar as mudanças com o cuidado necessário.

Até que ponto é interessante romper com determinadas tradições?

Se pensarmos no quão é difícil criarmos uma tradição ao longo dos anos, qualquer decisão que vá em sentido contrário parece-me um contra-senso escancarado.

Minhas próprias palavras estão quase me convencendo de pegar o telefone e ligar para minha mãe com o intuito de demovê-la da ideia absurda de cortar o creme de milho do cardápio.

Contudo, acabei de lembrar que nas minhas resoluções de ano novo (2010/2011) tinha por objetivo ser um cara mais ousado, menos resistente a mudanças.

Logo, quero vencer este natal sem um prato de creme de milho sequer.

E, daqui alguns anos, quando olhar para trás, quero dizer com o peito estufado:

- Em 2011, não tivemos creme de milho no natal.

Espero, ao menos, que as lembranças sejam boas. Porque ousadas eu tenho certeza que serão. 

Certeza absoluta.

domingo, 18 de dezembro de 2011

A mulher do Souza


Foto: gartic.uol.com.br


Inconveniente talvez era o adjetivo que melhor definia Rosi - a mulher do Souza.

Souza era o centroavante, o goleador. Mas nem por isso escapava ileso dos comentários ardilosos dos outros jogadores do time.

Todos, sem exceção, achavam Rosi, sua esposa, uma Chata, com "C" maiúsculo e tudo mais.

Adilson, volante sisudo que era, costumava dizer no vestiário (quando o atacante não estava) que Rosi deveria ser uma mulher fenomenal na cama, já que era deveras insuportável fora dela.

Até que um dia, para espanto geral do vestiário, Adilson resolveu interpelar o colega de time:

- Desculpe-me, Souza, mas preciso te perguntar uma coisa...

Os meio-campistas do time, incluindo os reservas, levantaram os olhos aparvalhados. Não estavam acreditando na ousadia do beque central.

- Pergunte - respondeu Souza.

- A verdade é que... - balbuciou Adilson, titubeante.

- Fala, homem! - bradou o centroavante.

- Com todo o respeito, mas todos nós achamos sua mulher uma baita chata. Como você aguenta ela, afinal?

Até o técnico do time arregalou os olhos. Aparentemente, Adilson havia ido longe demais com sua pergunta nada discreta.

Souza, no entanto, deu um sorriso largo e faceiro. Em seguida, respondeu:

- Meus amigos... Admito que ela é um pouco chata, mas ela faz um "lexco-lexco" sensacional! S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L! Se vocês soubessem...

Todos os companheiros do time, agora incluindo a comissão técnica, suspiraram. Além de linda, Rosi fazia um "lexco-lexco"como ninguém. Como mágica, a pena que sentiam do centroavante transformou-se em inveja.

Naquela noite, de tão desconcentrado, o time levou uma sonora goleada, o suficiente para que perdessem a tão sonhada vaga na libertadores. 

Todos os jogadores passaram os 90 minutos pensando no "lexco-lexco" da Rosi. O "lexco-lexco" que ela fazia deveria mesmo ser uma loucura. Um disparate. 

Desanimado com a perda da vaga que elevaria o time a outro patamar no cenário internacional, Souza foi para casa choroso.

Lá chegando, foi surpreendido pela esposa, que miou no seu ouvido como uma gata:

- Amooooor... Quer um "lexco-lexco", agora?

- Claro que sim, minha linda - respondeu Souza, sedento.

Rosi, então, foi até a cozinha e voltou com uma panela fumegante entre as mãos.

- Não fica triste com o jogo, não. Para compensar a derrota, fiz o melhor refogado da sua vida - disse-lhe a esposa, orgulhosa, com a panela cheia do famoso "lexco-lexco".

- Ah, se eles soubessem o quanto é bom esse "lexco-lexco" - falou Souza, agora com um sorriso estampado no rosto. - Ah, se eles soubessem... 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Talento se conquista

Foto: sheetmusic.110mb.com

Muita gente acha que nascemos com determinado talento. Discordo.

Na minha opinião, talento se conquista. Simples assim.

Essa história de que fulano nasceu com determinado dom/talento me parece bem injusta se pararmos para pensar que essa pessoa teve que dispensar esforços para alcançar seu atual patamar.

Algumas pessoas, verdade seja dita, nascem com uma pré-disposição para determinadas áreas - como o clássico exemplo do esportista cujo porte físico é privilegiado -, o que pode facilitar e muito o desenvolvimento do seu talento individual.

Nascemos, pois, com uma pré-disposição para esse ou aquele talento. Nada mais do que isso.

Ninguém nasce tocando piano com excelência ou dando mortais duplos e carpados sobre um tablado, entre outros tantos exemplos esdrúxulos que não me ocorrem no momento. 

Tudo isso não passa, até mesmo por um conclusão lógica, de treino, esforço, repetição. Desenvolvimento talvez seja a palavra exata.

Ludwig van Beethoven, por exemplo, embora seja considerado um gênio até hoje, começou a tocar piano aos cinco anos. Para sorte da humanidade, seu pai, que era tenor, obrigava-o a estudar música todos os dias por horas a fio.

Essa informação, que não é do conhecimento de todos, só corrobora o fato de que nem mesmo Beethoven nasceu com o talento entranhado em seus genes. 

Gostaria de frisar que não sou tolo o bastante (será?) a ponto de acreditar que outras pessoas se tornariam gênios da música se submetidas ao mesmo tratamento de Ludwig. Mas a verdade é que ele jamais chegaria perto de quem se tornou sem esforço, sem estudo.

Por todas essas razões, sempre fico contrariado quando ouço alguém falar que determinada pessoa tem facilidade para escrever, tocar um instrumento, cantar, falar em público etc. 

Talento requer esforço. Talento se conquista.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Flocos, nunca mais!


- Não o amo mais - disse ela de forma seca e inesperada.

João quase se afogou com o sorvete de flocos ao ouvir as duras palavras que saíram da boca de sua noiva.

- Que brincadeira de mau gosto é essa, Sandra? - perguntou ele, nervoso.

Sandra, contudo, não esboçou qualquer reação que indicasse estar brincando. Mais do que inerte, era a própria definição da palavra impávida.

- É sério, Sandra. Que brincadeira é essa?

- Não estou brincado - respondeu ela, enfim.

João conhecia sua noiva como ninguém - ou pelo menos era nisso que acreditava até aquele momento -, de modo que sabia que ela, definitivamente, não estava brincando. Largou o sorvete.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntou-lhe o noivo. - Seja o que for, podemos resolver...

Sandra, porém, retirou parte da franja que lhe cobria os olhos e disse friamente:

- A verdade é que não o amo mais. Só isso.

- Como assim só isso, Sandra? Não sei se você se lembra, mas nós vamos nos casar daqui a três dias. Três dias... Tá lembrada?

- Não vai mais haver casamento - disse Sandra antes de dar um sorriso tão irônico que até mesmo Leonardo da Vinci seria incapaz de reproduzi-lo.

Uma lágrima rolou pelo rosto de João sem piedade. Depois outra. Em seguida, um balde delas.

- POR QUÊ??? - voltou a perguntar João, agora aos berros. - O que foi que eu fiz, afinal?

Sandra sorriu, agora com mais ênfase.

- Por que você está sorrindo, sua maluca? Eu não fiz nada!

- É exatamente esse o seu problema João. Você nunca faz nada. N-A-D-A! - repetiu ela de forma pausada e em letras garrafais.

- Você está sendo injusta comigo! Eu sempre dei o meu melhor...

- Injusta nada - disse ela. - A única coisa que você sabe fazer direito nesta vida é comer sorvete de flocos. Aliás, não aguento mais vê-lo comendo sorvete de flocos. Não aguento mais!

Inconsolável, João foi para sua casa soluçante. Precisava ficar sozinho.

Assim que entrou em sua residência, jogou-se sobre o sofá. Precisava pensar numa solução para o seu problema. Contudo, após muita reflexão, nada lhe veio à mente. Absolutamente nada.

João, então, levantou-se e caminhou em direção ao freezer. Abriu a porta retirou lá de dentro dois potes de sorvete: um de flocos, outro de morango.

Em seguida, com uma força quase sobre-humana, jogou o pote de flocos no lixo.

Enquanto voltava ao sofá com uma colher e o sorvete de morango em mãos, disse para si mesmo com uma convicção que jamais tivera antes em sua vida:

- FLOCOS, NUNCA MAIS! Nunca mais! 

sábado, 10 de dezembro de 2011

Um lugar para morar, um notebook e uma linha telefônica...


Foto: tecnologia.uol.com.br


Numa quarta-feira pela manhã, Marina foi tomada de assalto por um frisson, desses que acontecem apenas uma ou, no máximo, duas vezes na vida.

Por algum motivo que ela mesmo desconhecia, resolveu criar um blog.

Com o passar dos meses, sentiu que tinha talento para coisa. Parecia saber exatamente o que escrever e quando escrever.

Em pouco menos de um ano, havia conseguido a façanha de abarcar uma média de 2.000 acessos ao dia.

Todos que acessavam sua página voltavam um dia. Todos.

No entanto, a vida pessoal/social de Marina dirigia-se exatamente no sentido oposto ao sucesso do seu blog.

Primeiro foi seu namorado, Ricardo, quem a abandonou. Alegou ciúmes do notebook, que repousava sobre o colo de sua amada com muito mais frequência do que ele.

Um ano mais tarde, perdeu o emprego após ter sido flagrada por seu chefe atualizando o blog na hora do expediente pela quadragésima terceira vez.

Tudo que Marina precisava resumia-se a um lugar para morar, um notebook, e uma linha telefônica com internet. Nada mais.

Foi a melhor época da sua vida o tempo que viveu sob o manto do seguro-desemprego, porquanto podia ficar mexendo em seu blog o dia inteirinho.

Até que o dinheiro acabou, assim como a luz, o contrato de aluguel e o acesso à internet. 

Renegada por sua família e amigos, por conta do vício mal compreendido, Marina viu-se obrigada a vender seus móveis para conseguir sobreviver. Com muito custo, vendeu até mesmo o notebook.

Consequentemente, mesmo morando literalmente debaixo da ponte, usava os trocados que conseguia para comer e para atualizar seu blog em uma lan house, não exatamente nessa mesma ordem.

Marina sentia-se péssima por atualizar sua página apenas uma vez por dia, mas era a única coisa que podia fazer diante dos novos acontecimentos. Mais do que isso, uma questão de sobrevivência.  

Alguns dias mais tarde, no entanto, no melhor estilo João de Santo Cristo, viu seu mundo desabar pela segunda vez. 

Não estava preparada emocionalmente para ler o último comentário deixado em seu blog.

Em suma, algum anônimo havia comentado que seus textos andavam um pouco desleixados, bem como que suas atualizações não eram mais constantes como outrora.

Marina sentiu o coração acelerado antes de desmaiar sobre o teclado. Quando acordou, estava numa clínica de recuperação para dependentes químicos.

Dias mais tarde, o diretor da clínica - que não fazia a menor ideia do seu verdadeiro vício - incentivou Marina a criar um blog num dos computadores da clínica, a fim de que esta escrevesse sobre seus sentimentos com assiduidade.

E assim Marina agiu. 

Estranhamente, foi a paciente que mais tempo permaneceu internada naquela clínica, embora jamais tivesse usado qualquer tipo de droga.

Mas estava feliz. Aliás, feliz como nunca.

Afinal, tudo o que Marina precisava resumia-se a um lugar para morar, um notebook, e uma linha telefônica com internet. 

Nada mais.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Primeira apresentação!


Eu e mais cinco amigos temos uma banda cujo nome ainda é uma incógnita.

Embora a banda represente apenas mais uma forma de se divertir em companhia de bons amigos, costumamos ensaiar quase todos os sábados no Estúdio Paranóid's, aqui mesmo em LM.

Basicamente, fazemos alguns covers de bandas nacionais e temos algumas músicas próprias. Todas, é claro, voltadas ao rock!

Abaixo, segue o vídeo da primeira apresentação da minha banda. Fomos a terceira a se apresentar no 1 Rock in Rio do Rastro, realizado aqui na Cidade de LM!

O festival, que foi muito bem organizado pelo André e sua trupe, trouxe bandas bem interessantes. Mais do que isso, foi um verdadeiro sucesso.

Embora a luz não ajude muito, achei que ficou bem legal.   

Espero que gostem... 

Ps. Para quem não me conhece, sou o cara com o violão.


Em tempo: vídeo de autoria de @BereAtomica