Foto: mundodastribos.com
No natal deste ano, não teremos o famoso creme de milho da minha mãe na ceia.
Confesso que quando soube disso, fiquei um tanto receoso. Preocupado seria a palavra mais adequada. Isso mesmo: preocupado.
Afinal, natal sem creme de milho é uma temeridade. Quase um absurdo. "Quase".
A decisão de não fazer o creme de milho, que foi tomada em conjunto pela minha família, pareceu-me bastante ousada. Preocupante, como já disse.
Sempre que procuramos a mudança, querendo ou não, acabamos saindo da nossa zona de conforto. E todos sabemos que coisas nunca feitas antes requerem novas habilidades, novos conhecimentos.
Às vezes, até mesmo decisões simples como escolher o cardápio da ceia de natal podem ser cruciais para que tomemos um caminho diferente, talvez melhor, talvez pior.
Talvez por isso acho importante saber sopesar as mudanças com o cuidado necessário.
Até que ponto é interessante romper com determinadas tradições?
Se pensarmos no quão é difícil criarmos uma tradição ao longo dos anos, qualquer decisão que vá em sentido contrário parece-me um contra-senso escancarado.
Minhas próprias palavras estão quase me convencendo de pegar o telefone e ligar para minha mãe com o intuito de demovê-la da ideia absurda de cortar o creme de milho do cardápio.
Contudo, acabei de lembrar que nas minhas resoluções de ano novo (2010/2011) tinha por objetivo ser um cara mais ousado, menos resistente a mudanças.
Logo, quero vencer este natal sem um prato de creme de milho sequer.
E, daqui alguns anos, quando olhar para trás, quero dizer com o peito estufado:
- Em 2011, não tivemos creme de milho no natal.
Espero, ao menos, que as lembranças sejam boas. Porque ousadas eu tenho certeza que serão.
Certeza absoluta.
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