sábado, 22 de setembro de 2012

A iminência da morte

Foto: http://misteriosfantasticos.blogspot.com.br

A ideia da mortalidade em si é assustadora. Sempre foi.

Convenhamos que é difícil aceitar que um dia as pessoas que amamos partirão desta vida. Se é que já não partiram. 

Ou o fato de que nós mesmos, um dia, também alcançaremos a finitude...

A morte, por mais triste que seja, alcança a tudo e a todos de uma hora para outra, sem qualquer distinção. 

E é justamente isso que deixa tudo muito mais assustador.

De repente, numa terça-feira chuvosa qualquer, você se engasga com uma empada e parte desta vida de inopino.

Por que eu? - perguntará você à Morte.

Por que não? - responderá ela com um sorriso de Monalisa estampado nos lábios.

Por mais paradoxal que pareça, morrer faz parte da vida.

Vivo, logo morrerei.

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Sempre pensei que a iminência da morte deveria nos fazer viver com mais ímpeto, mais intensidade. Mas sabemos que não é bem assim que as coisas funcionam.

Enterros, por exemplo, são o termômetro perfeito. Afinal, quem nunca se colocou no lugar do falecido e perguntou para si mesmo de forma silenciosa: E se tivesse sido eu?


A verdade é que a morte nos cerca por todos os lados. Basta um deslize e capluft, lá se foi mais uma vida.


A questão é: sua vida está valendo a pena?

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Dias atrás, fui ao enterro do avô da minha esposa.

Muito embora todos tenham ficado tristes, senti algo diferente no ar. Uma sensação de leveza difícil de descrever.

É que morrer cedo sempre foi e sempre será algo deveras triste. Já, morrer tarde, talvez.

As pessoas que o cercam sabem quando você viveu com dignidade e, mais do que tudo, se você aproveitou a vida a contento.

E, quando isso acontece, a morte soa mais como uma despedida temporária do que como um adeus.

Foi o que senti naquele dia. 

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Não podemos mudar a condição morte, mas podemos mudar todo o resto. Só depende de nós e do tempo que nos resta.

Lembre-se: a Dona Morte pode bater à sua porta a qualquer momento. Então, faça valer a pena.

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Alguém está tocando a campainha neste exato momento... Desejem-me sorte (risos).

Aquele abraço.

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