sábado, 27 de outubro de 2012

Mulher quase fatal

Foto: http://www.sofrescuras.com

Quando acordou naquela manhã de quinta, Fernando não fazia ideia de que sua vida estava prestes a virar de pernas para o ar.

Foi perto das 16 horas quando o pior aconteceu, para ser mais exato.

Fernando estava junto à sua mesa quando viu uma indescritível mulher entrar no corredor que dava acesso aos escritórios da empresa em que trabalhava.

Sua primeira reação foi levantar-se e achar uma desculpa para falar com a criatura mais espetacular que já havia avistado em sua vida até então.

Mas tão logo se aproximou daquela incrível mulher, cujo nome era Helena, sentiu uma sensação estranha tomar-lhe o corpo.

Simplesmente apagou após sentir sua boca repuxar para o lado esquerdo.

Foi o princípio do inferno que sua vida se transformou e que durou cerca de três anos.

O piripaque ocasionado por Helena, ou melhor, pela beleza desta, o fez se submeter a fisioterapia, ser atendido por psicólogos e ingerir uma gama de remédios.

Até que, finalmente, recuperou sua saúde por completo.

Contudo, mesmo doente, tudo que fez no decorrer desse tempo em que se submeteu aos mais variados tratamentos foi pensar naquela estonteante mulher que nunca mais ouviu falar.

Queria descobrir o porquê de ter ficado tão mal. O porquê de ter quase morrido.

Decidiu que deveria procurá-la

Então, após algumas tentativas frustradas, finalmente consegui localizá-la. Helena era gerente de uma loja nem tão distante assim de seu trabalho.

No entanto, assim que avistou a responsável pela sua desgraça, ficou um pouco frustrado. Estranhamente, Helena não era tão bela quanto lembrava.

Mesmo assim, achou que deveria ir ao seu encontro. Algo naquela mulher o intrigava

Mas foi só chegar perto de Helena para sentir sua boca repuxar para o lado esquerdo.

Naquele momento, soube que iria começar tudo de novo.

Que teria que esperar mais três anos para encontrá-la novamente.

Mais três longos anos...

sábado, 13 de outubro de 2012

À procura do amor impossível

Foto: http://www.la506.com


João Pedro era um cara relativamente normal e E-X-T-R-E-M-A-M-E-N-T-E simpático.

Nada demais aos olhos do público masculino.

Ninguém sabia o motivo pelo qual isto acontecia, mas mulheres jogavam-se sobre ele de forma deliberada e irracional. Com afinco talvez fosse a expressão mais apropriada.

Alguma coisa naquele homem as atraía.

Talvez fosse o seu jeito "dadinho" (simpático), ou sua cara de vira-latas, não se sabe ao certo, mas algo definitivamente as atraía. Uma incógnita.

JP - como era conhecido -, no entanto, era um amante platônico. Nem mais, nem menos.

Por mais belas que fossem as mulheres que a vida insistia em lhe arranjar - e olha que eram aos montes -, João Pedro estava sempre à procura de um grande amor; desde que fosse impossível, claro.

E essa eterna procura pela mulher inalcançável acabava afastando as demais, naturalmente imperfeitas aos seus olhos. 

Seus amigos, claro, praticamente o odiavam por isso. Afinal, todos achavam um absurdo João Pedro desperdiçar tantas mulheres, que de imperfeitas não tinham nada.

Até que um dia, cansado de não conseguir conquistar a mulher dos seus sonhos, JP resolveu finalmente dar ouvido aos amigos.

Disse para si mesmo, como somente um cafajeste pode fazer, que iria galinhar por algum tempo. Talvez assim sua sorte mudasse.

E promessa era dívida para João. Tanto que arrasou inúmeros corações nos seis meses que se sucederam ao aludido compromisso.

Só não arrasou mais corações que o seu próprio.

Isso porque, para desespero particular dos amigos, não se interessou por nenhuma das garotas com quem saiu naquele período.

Definitivamente, João não conseguia lutar contra sua própria natureza. Contra sua fome de tentar conquistar o inconquistável. 

Queria se apaixonar de forma platônica, e sofrer por isso

E desejar mulheres possíveis, sob esse prisma em particular, não se mostrava uma boa opção.

A verdade é que a vida sabe ser dura ao ponto de nem sempre nos proporcionar aquilo que realmente queremos.

João que o diga.