quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O princípio das férias

Fotolugardeamar.blogspot.com

O princípio das férias, via de regra, costuma ser deveras estranho.

Isso porque, após trabalharmos num ritmo frenético durante meses, tudo acaba de inopino.

E seu corpo, até então tomado por aquela adrenalina inerente aos últimos dias de trabalho, parece não entender direito o que está acontecendo.

É como se alguma coisa estivesse errada.

Tanto que quase chegamos a sentir um pouco de culpa por conta da inércia que nos consome.

"Como assim não preciso trabalhar várias horas?" - perguntará o hemisfério direito do seu cérebro.

E, quando você se der conta, estará sentado no sofá sem saber o que fazer. 

No mínimo, sem saber o que pensar a respeito da calmaria que ganha terreno em sua vida até então abarrotada de tarefas.

Claro que tudo isso passa no momento em que você percebe que pode beber uma cerveja às 14 horas de uma segunda-feira qualquer sem remorso algum.

O problema é que, até chegar nesse estágio, você acaba perdendo algumas preciosas horas de adaptação. 

Os mais radicais costumam dizer, aliás, que quando finalmente nos adaptamos ao ritmo das férias, é porque elas (infelizmente) estão acabando.

Resta, pois, torcer para que as férias passem beeeeeeem devagar. 

Tão devagar quanto uma terça-feira chuvosa... 

Enfim, que venham as férias!

sábado, 23 de novembro de 2013

Sábado na ponta do lápis

Acordei com vontade de escrever. E com azia.

O segundo fato atribuo à absurda quantidade de peixe frito que comi ontem à noite. Exageros desmedidos costumam causar algum tipo de estrago.

Acordei, também, por mais estranho que isto pareça, com uma ideia para um talk show.

Pensei em escrever sobre o assunto, mas acho que seria demasiadamente chato, em especial para as três ou quatro pessoas que estiverem lendo este texto (risos).

De qualquer forma, acho que seria um sucesso (o talk show). Ou não, como diria Caetano.

Hoje pela manhã, uma olhadela no calendário me lembrou de algo importante: faltam poucos dias para as minhas tão aguardadas férias.

São essas coisas que nos fazem desejar que os dias passem mais rápido. E, ironicamente, é por isso que não conseguimos acompanhar a vida a contento.

De repente, bateu uma vontade de ter um cachorro. Mas acho que vou acabar me contentando com um cachorro-quente mesmo.

Sempre tenho em mente que devemos ter cuidado com aquilo que desejamos. Afinal, nem sempre o que queremos é melhor do que aquilo que a vida nos reservou. Pelo menos é o que eu acho.
 
Estou um pouco ansioso esta semana. Tudo porque comprei um smartphone novo e ele só vai chegar semana que vem. Sei que é um tanto idiota da minha parte, mas fazer o quê?
 
Pausa para um café. A propósito, já disse que sou viciado em café?
 
Fui ao supermercado alguns minutos atrás e fiquei admirado com um cidadão que levou cinco caixas da cerveja Bavária para casa.
 
Quem, em sã consciência, levaria cinco caixas de Bavária para casa?
 
É aquela velha história: qualidade x quantidade. Particularmente, prefiro qualidade.
 
E convenhamos que esse não deve ser o caso do nosso amigo da Bavária.
 
Outra coisa que notei é que sou péssimo em reconhecer pessoas na rua. Tanto que, vez ou outra, sou cumprimentado por pessoas que achava que não conhecia. 
 
Muitas pessoas devem sofrer desse mesmo mal. Pelo menos, assim espero
 
Finalmente, a noite de sábado vai ganhando o horizonte.
 
E noites de sábado são tão legais, mas tão legais, que até mesmo as noites de sábado gostam das noites de sábado.
 
Enfim...
 
Vou aproveitar que preciso de mais um café e encerrar por aqui.

Até um próximo texto. Talvez, até logo mais.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A fatídica noite de sexta!

Foto: www.ocponline.com.br

Sexta à noite, eu e minha esposa passamos por uma situação daquelas...

A história começa com uma viagem à praia de Balneário Esplanada e suas famosas estradas esburacadas.

Como de costume, a viagem transcorria muito bem. 

E tudo aconteceu quando estava quase chegando no centro de Esplanada. 

Na verdade, eu estava tão perto que já podia sentir o cheiro do mar, o gosto das cervejas geladas que me esperavam, enfim, os prazeres programados para o fim de semana.
Até que, quando me deparei com uma bifurcação malévola, deliberadamente, optei pela direção errada.

Digo deliberadamente porque o caminho que escolhi tinha uma placa amarela contendo a seguinte frase:

TRÂNSITO INTERROMPIDO!

Cara, logo eu que sempre procuro o caminho mais seguro/ortodoxo possível, sei lá por que cargas d'água, ignorei a placa e resolvi me arriscar seguindo em frente.

Sou um idiota! Ou melhor, Um Senhor idiota! 

O caminho que escolhi, inicialmente, tinha uma passagem bem transitável. Dava para ver que a estrada estava sendo reformada e coisa e tal, mas, como eu disse, havia uma passagem.

E, levado a erro por marcas recentes de pneus, fui seguindo em frente mesmo percebendo que a quantidade de areia começava a tomar proporções astronômicas sob o assoalho do carro.

Quando me dei conta, o carro estava atolado. E quando eu digo atolado, quero dizer "atolado pra c@ralho!"

Tanto que, quando desci do carro, fiquei abismado com a cena. Em resumo, parecia que eu tinha tentado atravessar uma duna de areia com um Sandero.

Surreal, meus amigos. Surreal.

Não bastasse tudo isso, o local é totalmente deserto. Um fim de mundo sem fim, por assim dizer.

Então, depois de discutirmos alguns minutos sobre o tamanho da nossa burrice, eu e minha esposa fizemos o óbvio: pegamos o celular e tentamos pedir ajuda.

E, após uma ligação, os créditos acabaram. Legal, né? 

Até que meu concunhado apareceu para ajudar-nos.

As tentativas de desatolar o carro empurrando-o, obviamente, foram um fracasso. Francamente, foi até inocente da nossa parte tentar empurrá-lo.

Deveria ter batido uma foto para ilustrar este texto, porquanto somente assim vocês teriam uma noção aproximada da minha mancada.

Enfim, passados alguns minutos, uma Senhora que residia ali perto nos disse que havia um vizinho que tinha um trator e que, naquela semana, já havia ajudado outros idiotas que, assim como eu, haviam conseguido a façanha de ignorar a placa e atolar o carro na mesma estrada.

E o "tiozinho" do trator nos salvou, em que pese ter cobrado R$ 50,00 por cerca de 10 minutos de atuação.

Ótima forma de começar o fim de semana, certo? Só que não.

O que me conforta é o fato de que poderia ter sido bem pior. 

Tudo não passou, verdade seja dita, de um contratempo e de uma história para contar.

De qualquer forma, por via das dúvidas, futuramente, evitarei os caminhos arriscados, notadamente aqueles precedidos de uma placa amarela dizendo "trânsito interrompido".

Definitivamente, a vida é mesmo um eterno aprendizado.

domingo, 22 de setembro de 2013

Escrevendo por escrever

Há quem goste de cantar, de falar outros idiomas, de tocar um instrumento com maestria, etc.

Eu escrevo. 

Bem ou mal, é isso que eu faço. É isso que eu gosto de fazer.

Não que eu não me arrisque em outras searas, como arranhar um violão ou correr alguns quilômetros, mas nada que se compare ao gosto pela escrita.

Não sei o motivo ao certo, mas sinto prazer de sentar junto ao computador e começar a escrever um texto. De observá-lo ganhando forma aos poucos.

Naturalmente, nem sempre estou inspirado; Conforta-me o fato de que só uma máquina é capaz operar o tempo todo a 100%.

Discurso conformista? Depende.

De todo modo, penso que a falta de inspiração faz parte do ofício. Trato-a como uma espécie de provação necessária àqueles que gostam do mister.

Pode parecer simples escrever um texto com começo, meio e fim. Até porque isso é algo que aprendemos ainda no 1º grau.

Só parece.

A verdade é que as pessoas, de um modo geral, têm uma dificuldade imensa quando o assunto é escrever.

Mas, para que aprender a escrever direito se (quase) ninguém percebe que você está escrevendo errado?

Questão de princípios, talvez.

"this is the end, my only friend, the end..."

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

31 anos depois...


31 anos parece muito tempo, mas não é.

São apenas 31 verões, 31 campeonatos brasileiros, 31 bolos de aniversário, etc.

Pouco, certo?

Talvez eu seja novo, talvez velho. No fim das contas, tudo não passa de uma questão de ponto de vista.

Particularmente, mesmo tendo 31 anos há apenas 31 dias, sinto-me muito bem com o avançar de mais um ano.

Definitivamente, melhor do que quando fiz 30. E antes que alguém me questione a respeito, a crise dos 30 existe sim. 

Mas voltando aos 31, ao menos por ora, não tenho do que me queixar.

Isso porque, nesta fase da vida, as coisas não costumam ser tão conturbadas quanto nos vinte e poucos anos.

Aos 31, naturalmente, já deixamos para trás aquela pressa inerente à juventude. Aquela fase nem tão saudável assim em que buscamos nossa independência financeira.

31 anos, no mínimo, é uma idade mais tranquila.


Mas não deixa de ser, também, uma idade estranha. Uma espécie de limbo que separa a juventude dos 20 e a famosa maturidade dos 40.


Se eu gosto dos 31?


Claro que sim. Contudo, sou um tanto suspeito para falar disso. Afinal, estou gostando da vida cada vez mais à medida que o tempo vai passando.


Espero, pois, que as coisas continuem assim.


E que venham mais bolos, mais campeonatos brasileiros, mais primaveras...


domingo, 7 de julho de 2013

Diário de um domingo qualquer

Hoje eu acordei mais cedo, mas diferentemente da música, não tomei sozinho um chimarrão, tampouco procurei a noite na memória.

Limitei-me a passar um café e a pensar sobre o porquê de ter acordado tão cedo logo num domingo.

Não existe uma lei proibindo isso?

Após alguns segundos, sentei junto à televisão com a tola esperança de encontrar um programa interessante na TV, tarefa, às vezes, quase impossível; 200 canais, 200 porcarias.

De inopino, veio-me à mente que daqui alguns dias farei 31 anos. Estranhamente, senti-me novo. Um guri.

Entenda se for capaz.

Liguei o notebook e me deparei com a notícia de que um desses lutadores do UFC perdeu a luta logo após fazer uma gracinha. Achei estranho, sobretudo porque respeitar o adversário é uma das primeiras coisas que se aprende quando se inicia em uma arte marcial.

Bem feito, então.

Tomei mais um café na esperança de que a cafeína fizesse o seu trabalho um pouco mais rápido.

Assim que coloquei na Fórmula 1, vi um cinegrafista ser atingido por um pneu que se soltou do carro e, instantaneamente, lembrei da fragilidade do ser humano. Espero que não tenha se machucado.

O acidente acima me fez lembrar de outros três que presenciei entre sexta e sábado. Parece-me que motoristas prudentes, infelizmente, estão se tornando exceção.

Por que tanta pressa, afinal?

Apenas para não perder o hábito, tomei mais um café e tornei a escrever. Aqui entre nós, sou muito bom nisso (estou falando de beber café, claro).

Finalmente, pus-me a pensar sobre minha agenda de hoje. 

Logo mais, tenho que fazer o sacrifício de subir um andar e almoçar na casa da minha mãe - nhoque, se não me engano.

E, mais à noite, tenho que ir na casa do sogro bebericar algumas cervejas devidamente acompanhadas de torresmo.

Hoje promete ser um dia bom. Aguardemos. 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

"Fazer academia"



Minha relação com a academia é um tanto heterodoxa.

Faço alguns meses e depois paro por outros tantos. É assim já faz algum tempo.

Tanto que voltei a "fazer academia" semana passada e pretendo, pelo menos, continuar até dezembro.

O corpo, claro, agradece.

Uma coisa que notei nesse meu retorno foi que, mesmo com frio e chuva, a academia estava bem cheia. Algo comum na primavera, mas não no gélido final do mês de junho.

Das duas uma: ou as pessoas estão cada vez mais vaidosas ou mais preocupadas com a saúde.

Ou será um pouco dos dois?

Como minha prática na academia se restringe a correr uma (looooooooonga) hora, tenho muito tempo para pensar sobre esse tipo de bobagem (risos). 

Outra coisa que notei é que alguns dos frequentadores parecem não ter vida social. Isso porque perdem horas e mais horas na academia em busca do corpo perfeito, prática que, particularmente, não gosto.

Um pouco de equilíbrio não vai mal a ninguém.


Mas, pensando bem, essa coisa de ser um pouco vaidoso (só um pouco) também tem seu lado bom.

Afinal, mesmo que a vaidade seja considerada um "motivo errado", o corpo - mesmo que indiretamente - acaba sendo o grande beneficiado.


A verdade é que fazer academia ainda é mais benéfico do que não fazer. 


Na verdade, sempre será. Sempre.


De qualquer forma, por enquanto, só me resta aguardar pelas cenas dos próximos capítulos.


Não esquecendo, claro, que dezembro é logo ali.


domingo, 23 de junho de 2013

Mais do mesmo

Foto: bligbleg@blogspot.com

Não se repetir é mais difícil do que parece.

Isso porque, embora estejamos em constante processo de evolução, todos possuímos princípios (bons ou ruins) que nos acompanham desde sempre.

E por mais esforço que façamos, vez ou outra acabamos batendo na mesma tecla. Faz parte da nossa essência repetir ao mundo nossas convicções.

Afinal, por mais aberto que você seja a novos ideais, ainda sim a sua verdade se sobrepõe a dos outros.

E isso não é uma crítica. Até porque, se diferentes fôssemos, ficaríamos perdidos nesse mar de variadas verdades e posturas; sempre à procura de algo no que se fixar.

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Como costumo escrever neste blog algumas crônicas que, invariavelmente, refletem minha forma de pensar, preciso sempre me policiar para fugir do clássico "mais do mesmo".

Seria ingenuidade minha pensar que nunca me repeti nos mais de 400 textos postados neste espaço no decorrer dos anos.

Faz parte do ofício, acho.

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Na vida, porém, não podemos cair na armadilha da imutabilidade, uma vez que todos cansam do velho, notadamente daquilo que não se renova.

O tempo passa rápido demais para que o desperdicemos sempre com as mesmas coisas. O mesmo restaurante, as mesmas viagens, a mesma marca de cerveja, em suma, a mesma rotina.

Inevitavelmente, seja para o bem ou para o mal, sempre acabamos aprendendo novas lições quando quebramos a rotina.

Mudar é difícil, mas também é vital

No mínimo, saudável.   

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O marido engraçadinho

Imagem: http://festas.colorir.com


- Quero o divórcio - disse Alberto para sua esposa assim que terminou de tomar seu café da manhã.

Amanda, a esposa, sorriu. Afinal, seu marido costuma pregar-lhe peças desde a primeira vez que se viram, 32 anos antes.

Era o típico brincalhão, característica que encantava (e muito) sua esposa Amanda.

Alberto, no entanto, com um tom ainda mais seco, repetiu a frase sem esboçar qualquer sinal de que estava brincando.

- Quero o divórcio!

- Para com isso, Beto! - implorou-lhe a esposa, um tanto nervosa com a brincadeira.

Seu marido, contudo, continuava sério, sisudo. Praticamente um recorde para o brincalhão Alberto.

Então, após alguns segundos, Alberto rompeu o silêncio:

- Não estou brincando... Parto ainda hoje.

Amanda arregalou os olhos e pôs-se a segurar as lágrimas que, instantaneamente, começaram a se acumular no canto dos olhos.

- Mas o que foi que aconteceu? O que foi que eu fiz? - perguntou-lhe, agora em desespero.

- Acho que não te amo mais. Apenas isso... - respondeu ele.

Amanda não queria acreditar nas palavras do marido. Não entendia como, da noite para o dia, tudo havia mudado tão bruscamente.

Rapidamente, tentou lembrar se havia feito algo grave o bastante para que ele se comportasse daquela maneira, mas nada lhe ocorreu.

Num rompante de coragem, então, perguntou ao marido:

- Você não está brincando, está?

- Claro que estou brincado, sua pata - respondeu Alberto. - Parece que nem me conhece - completou antes de dar uma sonora gargalhada.

Após ouvir a resposta, Amanda deixou que as lágrimas, até então contidas, tomassem-lhe os olhos sem qualquer pudor. Chorava e soluçava freneticamente, num desespero quase que interminável.

O marido, preocupado, repetia sem parar:

- Era só brincadeira, meu amor.... Era só brincadeira...

Daquele dia em diante, Amanda nunca mais riu das brincadeiras do marido com a mesma intensidade de outrora.

Nunca mais.

sábado, 1 de junho de 2013

Fato inusitado



Presenciei um fato inusitado ontem à noite, desses que nos fazem perder algumas horas pensando sobre o assunto.

Vamos à história.

Ontem à noite, eu, minha esposa, minha cunhada e meu concunhado estávamos em uma choperia na Cidade de Urussanga - localizada no interior aqui de Santa Catarina.

Tudo transcorria bem. Ótimo papo, comida agradável ao paladar e, claro, alguns chopes extremamente gelados.

Até que, alguns chopes mais tarde, naturalmente, resolvi ir ao banheiro.

E enquanto lavava as mãos, fui atraído pela conversa nada convencional de dois caras que lá se encontravam.

Em resumo, um deles estava contrariado com o outro pelo fato de que já haviam gastado mais de R$ 50,00 (cinquenta reais) - acredito que com comida e bebida - com duas garotas que os esperavam no interior do bar. 

Num primeiro momento, pensei que se tratava apenas de um cara pão duro. Algo natural para algumas pessoas. 

Ocorre que o amigo contrariado, para minha surpresa, lembrou o outro que, com mais R$ 30,00 (trinta reais), poderiam ter saído diretamente com uma prostitutaE que, assim, não precisariam ficar gastando tanto dinheiro e conversa na tentativa de tentar conquistar aquelas moças que os esperavam.

Vale mais a pena, insistia o amigo contrariado.

Não me contive e dei uma senhora gargalhada, entregando que estava escutando a conversa de ambos sem qualquer pudor.

O amigo contrariado, então, disse ao outro:

- Viu, até esse cara aqui concorda comigo! Não é verdade? - perguntou-me.

Eu, obviamente, limitei-me a abrir um sorriso e retornar ao bar.

Assim que cheguei à mesa, comentei o ocorrido com o pessoal e acabamos conversando um pouco sobre o assunto, o qual ainda não me saiu da cabeça.

Ora, a mulher que esperava o "cara contrariado" talvez estivesse pensando que ele poderia ser o homem da sua vida enquanto este, concomitantemente, reclamava ao amigo que a relação custo benefício de uma prostituta era mais vantajosa.

Que falta de ética, não?

A verdade é que o ser humano, em especial o homem, sabe ser repugnante quando quer.

Simples assim.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pensando alto

Foto: Pensando - 1931 - Livro de Leituras Vencerás - site: http://www.magicasruinas.com.ar



Já repararam como as pessoas, de um modo geral, deixam-se impressionar de maneira fácil?

Basta alguém bater no peito e dizer "eu sou muito bom" para que os outros comprem essa ideia sem ao menos se dar ao trabalho de verificar a veracidade da informação.

Só eu acho estranho isso?

A máxima de que vivemos em um mundo no qual o que realmente importa é aquilo que parece, e não o que realmente é, parece fazer todo sentido do mundo.

Duvida? 

Então, compre um carrão em 327 vezes, um terno risca de giz e saia por aí desfilando com um ar de ser superior. Tenho certeza que todos irão correlacionar sua aparência a um suposto sucesso no mundo profissional, ainda que você não faça sucesso algum nessa seara.

Isso tudo porque, como disse antes, as pessoas se deixam impressionar com uma facilidade ímpar.

Mas por que, afinal, as pessoas se comportam dessa maneira? Por quê, meus caros? Por quê?

Será que gostam de ser enganadas ou não se importam? 

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Nota do autor:

Fazia quase dois meses que não atualizava o blog e, com exceção de um ou outro comentário isolado, ninguém percebeu minha desídia.

Tal fato me faz repensar a importância deste espaço no Universo (risos).

Embora os números/estatísticas insistam em me dizer o contrário, será que as pessoas realmente leem o que eu escrevo?

Não que isso vá pautar minha vida, mas com certeza é algo para se refletir.

A verdade é que talvez eu esteja supervalorizando a importância dos meus textos.

De verdade, espero que não.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Babacas S/A



Será que o babaca sabe que é babaca?

Essa, com certeza, se enquadra na série: dúvidas da humanidade.

A princípio, imaginava que não. Afinal, por que alguém seria babaca por livre e espontânea vontade?

Mas, pensando bem, acho que o negócio é um pouco diferente.

O babaca por natureza, se pararmos para refletir, deve saber de sua condição. Digo mais, deve dar de ombros para o fato de ser um babaca com b maiúsculo.

E é justamente essa ciência inequívoca que faz dele um babaca propriamente dito.

Até porque, se fosse uma pessoa legal, tentaria mudar sua condição. Certo?

Ocorre que é difícil alguém se dirigir a um desses babacas alertá-lo sobre o seu permanente estado de babaquice.  

Tanto que não me lembro de já ter visto alguém chegar perto de um deles e dizer algo do tipo:

- Ei, cara... Desculpe-me pela franqueza, mas você é muito babaca. Muito mesmo.

A solução mais apropriada, entendo, seria criarmos organizações não governamentais aptas para esse fim específico.

Tais organizações ficariam encarregadas de serviços básicos. O mais importante deles, a título exemplificativo, seria promover a notificação extrajudicial do babaca para modificar sua condição em um determinado prazo, sob pena de multa.

Entre outras coisas, como o SAB - Serviço de Atendimento ao Babaca.

Mas falando sério, sou eu que estou ficando ranzinza ou é quantidade de babacas que vem crescendo exponencialmente dia após dia?

Muito embora existam inúmeras pessoas legais, a verdade é que estamos rodeados de toda sorte de idiotas.

E quando os babacas se reproduzirem entre eles, o que vai acabar acontecendo dia menos dia, as coisas vão ficar ainda mais complicadas.   

Temo pelas gerações futuras.

E só me restar torcer para que não nos tornemos uma geração exclusiva de babacas de todo gênero.

Se é que já não nos tornamos...

"To cansado de tanta babaquice, tanta caretice, desta eterna falta do que falar" (CAZUZA).

terça-feira, 19 de março de 2013

O sopro da vida


Foto: http://4.bp.blogspot.com


É sempre a mesma história...
 
Basta Deus vir buscar alguém que conhecemos pela mão para lembrarmos da nossa iminente finitude.
 
Lembrarmos de que a vida não passa de uma passagem.
 
Quem nunca se colocou no lugar de alguém que deixou este plano prematuramente e se perguntou em silêncio "e se tivesse sido eu?"
 
É um tanto parodoxal o fato de que nós, seres surpreendentemente tão fortes, sejamos também tão fracos.
 
E essa fragilidade parece assustar a todos indiscriminadamente. Até porque, uma hora ou outra, será a sua vez de se sujeitar aos caprichos da morte, seja direta ou indiretamente.
 
Um colega de faculdade que perde um parente, uma amiga que perde o esposo, alguém que perde o pai... Até que, quando menos espera, "BUMMM", acontece com alguém próximo a você.
 
De repente, não é mais a vida desse alguém que vira de pernas para o ar, mas a sua própria. E será você quem estará no olho do furacão.

A morte me parece um aparelho de som no modo randômico, cuja escolha das vítimas, além de aleatória, sabe ser impiedosa.

E o pior é que, à medida que o tempo passa, a probabilidade de que algo aconteça com alguém próximo ou, quiçá, com você mesmo, só aumenta.

A vida, como costumam dizer, não passa de um sopro.
 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Notícias sobre o blog - 2013

Boas notícias!
 
Muito embora 2012 tenha sido um ano pouco produtivo para o blog, o que atribuo à correria no trabalho, os ventos parecem estar mudando.
 
A verdade é que 2013 está sendo muito generoso com o SegundaDose.com!!
 
Bastou voltar a atualizar o blog com frequência para as visitas multiplicarem-se.
 
Surpreendentemente, todos os textos postados este ano, sem exceção, vêm apresentando uma receptividade impressionante por parte dos leitores.
 
Tanto que no mês de fevereiro os números se aproximaram aos do recorde de acessos do blog, que remonta ao ano de 2011.

E pelo andar da carruagem, março será ainda melhor.

O mais interessante é que os acessos são oriundos de vários lugares do Brasil e do Mundo! Os chineses não me deixam mentir... (risos). 
 
Então, o que resta é escrever!

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Desde já, coloco-me à disposição para críticas, sugestões para contos, crônicas, e outros.

Contato através do e-mail: segundadose@gmail.com

 Abraço a todos!
 

sábado, 9 de março de 2013

O professor apaixonado...


Foto: pedagogiauvaibrapes.blogspot.com.br

Rafael sabia que estava ferrado como jamais estivera. 

Com 42 anos recém completados, lecionava história na Universidade Federal do Estado. E por mais que a educação neste país seja um instituto desvalorizado, esse estava longe de ser o seu maior problema.

Sua aflição tinha um nome composto: Ana Maria. Conhecida nas redondezas como a bela, arrebatadora e inalcançável Ana.

Ana Maria seria apenas mais uma de suas devotas alunas da faculdade não fosse uma única peculiaridade: Rafael estava perdida e dolorosamente apaixonado por ela.

Sentia-se o próprio Sr. Holland do filme Adorável Professor, de modo que se encontrava momentaneamente sôfrego.

Nunca, nos seus anos de magistério, havia se deixado levar por uma paixonite ou coisa parecida. E, acima de tudo, sempre respeitou muito suas alunas, cuja faixa etária variava de 20 a 23 anos.

Desta vez, no entanto, havia sido fisgado como um peixe faminto. E a bela Ana Maria era o anzol. 

Ocorre que Ana era uma dessas mulheres inatingíveis, cuja beleza chega a ser intimidadora. Exclusivamente por conta disso, imaginava que não tinha a menor chance com ela.

Sofreu em segredo durante boa parte do semestre, até que em mais uma de suas famosas aulas sobre o contestado, numa brincadeira habitual, involuntariamente, acabou deixando transparecer seus sentimentos aos demais alunos da classe. 

Daquele dia em diante, era só o professor entrar na sala para que os alunos começassem a cochichar

Embora receoso com uma possível represália por parte da coordenação do curso de história, Rafael sabia que estava chegando o dia de externalizar seus sentimentos por Ana Maria. 

Afinal, não queria ser mais um desses homens que enlouquecem por conta de uma paixão mal resolvida.

A verdade é que preferia ser rejeitado a ser covarde.

Então, na penúltima aula do semestre, pediu a Ana Maria - diante da presença de todos os outros alunos - que lhe esperasse após o sinal. Queria lhe falar em particular.

Seu pedido antecedeu um mar de risadas e conversas paralelas, uma vez que todos imaginavam qual era a real intenção do professor. 

Surpreendentemente, assim que todos deixaram a classe, Ana lançou um olhar que demonstrava reciprocidade ao interesse do professor, o suficiente para que se sentisse intimidado.

Rafael, mesmo sendo um cara otimista, não esperava que uma mulher como Ana pudesse se interessar por um professor de história de 42 anos.

Mas foi exatamente o que aconteceu. Exatamente!

Tanto que não acreditou quando Ana, com um olhar de pantera, disse-lhe:

- Eu sei que você me quer, professor... Eu sei...

- Como é que é? - retrucou Rafael, incrédulo.

- Não se faça de bobo... - respondeu ela. - Que tal irmos para um lugar mais reservado? - completou.

Rafael engoliu em seco. Estava deveras aturdido com a proposta feita pela aluna.

Então, para sua própria surpresa e desagrado, desconversou e disse-lhe que não fazia ideia do que ela estava falando.

Esquivou-se com o argumento de que apenas queria lhe parabenizar pelo último trabalho realizado.

Em seguida, pegou sua pasta e foi embora da Universidade o mais rápido possível.

À noite, já deitado em sua cama, na tentativa de tentar se convencer de que havia agido certo, em meio a uma espécie de tremedeira transcendental, não parava de repetir baixinho para si mesmo:

- Aquela mulher era demais pra mim... D - E - M - A - I - S...