Foto: http://www.bafonique.com |
Vez ou outra nos vemos obrigados a entrar na dança. E não foi diferente com Marcelo naquela noite de quinta, do longínquo outono de 1995.
Mal havia chegado na festa de aniversário de Amanda - esposa do seu melhor amigo -, começou a sentir-se culpado.
Isso porque, para seu particular desespero, nutria há alguns anos uma paixão absolutamente secreta por Amanda.
Naturalmente, sentia-se muito mal por isso, de modo que não lhe restava outra alternativa senão sofrer em silêncio. Afinal, Pablo (o amigo), não merecia tamanha traição.
Marcelo pediu um uísque ao garçom na tentativa de amenizar sua culpa. Contudo, sabia que essa era uma batalha perdida.
Resolveu beber mesmo assim.
Estava distraído com o gelo quando viu Amanda e seu incrível sorriso brilharem do outro lado da sala, o suficiente para sentir seu coração bater mais rápido.
Marcelo estava um pouco mais preocupado do que o normal naquela noite. Culpa do ousado presente de aniversário que havia comprado: um lindo anel de brilhantes, caro a ponto de levantar suspeitas.
Sabia, no entanto, que não tinha mais volta. Era o presente que tinha comprado e ponto.
Assim que o viu, Amanda atravessou a sala gritando baixinho:
- Marcelo, Marcelo! Que bom que você veio!
Ele, claro, retribuiu o carinho com um largo sorriso.
- Parabéns! - disse antes de dar um forte abraço na esposa do amigo.
- Obrigada - respondeu. - E esse presente, é pra mim? - perguntou Amanda apontando para o pacote que ele trazia consigo.
Marcelo engoliu em seco. A única coisa que passava em sua cabeça é que não deveria ter comprado um presente tão especial. Mas agora era tarde.
Depois de alguns segundos, então, respondeu:
- É pra você, claro. E o Pablo, onde está?
- Saiu pra comprar algumas bebidas... Acho que vai demorar um pouco - respondeu ela enquanto desembrulhava o presente.
Tão logo abriu a caixa, Amanda arregalou os olhos como quem não acredita no que está vendo. Em seguida, olhou para Marcelo, voltou a olhar para o presente e tornou-se novamente a Marcelo.
- Você enlouqueceu? - perguntou, agora aparvalhada.
- Bem... Você merece muito mais que isso... - balbuciou Marcelo em resposta, em um tom quase inaudível.
A essa altura, a vermelhidão do rosto de Marcelo era praticamente uma confissão de culpa.
Confusa, Amanda agradeceu o presente timidamente e disse que já voltava. Alegou precisar de um pouco de ar.
Marcelo, por seu turno, correu até o garçom e rogou por mais uma generosa dose. Bebeu tudo num único e arranhado gole, o qual foi sucedido de uma longa interjeição.
Até que Amanda retornou ligeiramente nervosa.
- Vem comigo - ordenou enquanto puxava o braço de Marcelo.
A esposa de seu melhor amigo o levou até o quarto do casal.
- Faz quanto tempo que você gosta de mim, Marcelo? - indagou-lhe assim que fechou a porta.
- Uns seis anos - respondeu, agora extremamente embaraçado.
Então, num rompante categórico, Amanda tascou um beijo de cinema em Marcelo, deixando-o literalmente sem ar. Após, disse-lhe:
- Vamos fingir que isso nunca aconteceu. Nossa história começa e termina aqui. Entendeu?
- Ok... - respondeu ele, embasbacado com os recentes acontecimentos.
Minutos mais tarde, Marcelo foi embora nim misto de felicidade e tristeza. Estava intrigado com os sentimentos contraditórios que o envolviam.
A única certeza que tinha era que estava aliviado como jamais estivera naqueles seis anos de agonia.
Confusa, Amanda agradeceu o presente timidamente e disse que já voltava. Alegou precisar de um pouco de ar.
Marcelo, por seu turno, correu até o garçom e rogou por mais uma generosa dose. Bebeu tudo num único e arranhado gole, o qual foi sucedido de uma longa interjeição.
Até que Amanda retornou ligeiramente nervosa.
- Vem comigo - ordenou enquanto puxava o braço de Marcelo.
A esposa de seu melhor amigo o levou até o quarto do casal.
- Faz quanto tempo que você gosta de mim, Marcelo? - indagou-lhe assim que fechou a porta.
- Uns seis anos - respondeu, agora extremamente embaraçado.
Então, num rompante categórico, Amanda tascou um beijo de cinema em Marcelo, deixando-o literalmente sem ar. Após, disse-lhe:
- Vamos fingir que isso nunca aconteceu. Nossa história começa e termina aqui. Entendeu?
- Ok... - respondeu ele, embasbacado com os recentes acontecimentos.
Minutos mais tarde, Marcelo foi embora nim misto de felicidade e tristeza. Estava intrigado com os sentimentos contraditórios que o envolviam.
A única certeza que tinha era que estava aliviado como jamais estivera naqueles seis anos de agonia.
Estranhamente, a culpa havia desaparecido.
Naquela noite de outono, Marcelo era um homem feliz.
Naquela noite de outono, Marcelo era um homem feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário