domingo, 23 de junho de 2013

Mais do mesmo

Foto: bligbleg@blogspot.com

Não se repetir é mais difícil do que parece.

Isso porque, embora estejamos em constante processo de evolução, todos possuímos princípios (bons ou ruins) que nos acompanham desde sempre.

E por mais esforço que façamos, vez ou outra acabamos batendo na mesma tecla. Faz parte da nossa essência repetir ao mundo nossas convicções.

Afinal, por mais aberto que você seja a novos ideais, ainda sim a sua verdade se sobrepõe a dos outros.

E isso não é uma crítica. Até porque, se diferentes fôssemos, ficaríamos perdidos nesse mar de variadas verdades e posturas; sempre à procura de algo no que se fixar.

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Como costumo escrever neste blog algumas crônicas que, invariavelmente, refletem minha forma de pensar, preciso sempre me policiar para fugir do clássico "mais do mesmo".

Seria ingenuidade minha pensar que nunca me repeti nos mais de 400 textos postados neste espaço no decorrer dos anos.

Faz parte do ofício, acho.

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Na vida, porém, não podemos cair na armadilha da imutabilidade, uma vez que todos cansam do velho, notadamente daquilo que não se renova.

O tempo passa rápido demais para que o desperdicemos sempre com as mesmas coisas. O mesmo restaurante, as mesmas viagens, a mesma marca de cerveja, em suma, a mesma rotina.

Inevitavelmente, seja para o bem ou para o mal, sempre acabamos aprendendo novas lições quando quebramos a rotina.

Mudar é difícil, mas também é vital

No mínimo, saudável.   

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O marido engraçadinho

Imagem: http://festas.colorir.com


- Quero o divórcio - disse Alberto para sua esposa assim que terminou de tomar seu café da manhã.

Amanda, a esposa, sorriu. Afinal, seu marido costuma pregar-lhe peças desde a primeira vez que se viram, 32 anos antes.

Era o típico brincalhão, característica que encantava (e muito) sua esposa Amanda.

Alberto, no entanto, com um tom ainda mais seco, repetiu a frase sem esboçar qualquer sinal de que estava brincando.

- Quero o divórcio!

- Para com isso, Beto! - implorou-lhe a esposa, um tanto nervosa com a brincadeira.

Seu marido, contudo, continuava sério, sisudo. Praticamente um recorde para o brincalhão Alberto.

Então, após alguns segundos, Alberto rompeu o silêncio:

- Não estou brincando... Parto ainda hoje.

Amanda arregalou os olhos e pôs-se a segurar as lágrimas que, instantaneamente, começaram a se acumular no canto dos olhos.

- Mas o que foi que aconteceu? O que foi que eu fiz? - perguntou-lhe, agora em desespero.

- Acho que não te amo mais. Apenas isso... - respondeu ele.

Amanda não queria acreditar nas palavras do marido. Não entendia como, da noite para o dia, tudo havia mudado tão bruscamente.

Rapidamente, tentou lembrar se havia feito algo grave o bastante para que ele se comportasse daquela maneira, mas nada lhe ocorreu.

Num rompante de coragem, então, perguntou ao marido:

- Você não está brincando, está?

- Claro que estou brincado, sua pata - respondeu Alberto. - Parece que nem me conhece - completou antes de dar uma sonora gargalhada.

Após ouvir a resposta, Amanda deixou que as lágrimas, até então contidas, tomassem-lhe os olhos sem qualquer pudor. Chorava e soluçava freneticamente, num desespero quase que interminável.

O marido, preocupado, repetia sem parar:

- Era só brincadeira, meu amor.... Era só brincadeira...

Daquele dia em diante, Amanda nunca mais riu das brincadeiras do marido com a mesma intensidade de outrora.

Nunca mais.

sábado, 1 de junho de 2013

Fato inusitado



Presenciei um fato inusitado ontem à noite, desses que nos fazem perder algumas horas pensando sobre o assunto.

Vamos à história.

Ontem à noite, eu, minha esposa, minha cunhada e meu concunhado estávamos em uma choperia na Cidade de Urussanga - localizada no interior aqui de Santa Catarina.

Tudo transcorria bem. Ótimo papo, comida agradável ao paladar e, claro, alguns chopes extremamente gelados.

Até que, alguns chopes mais tarde, naturalmente, resolvi ir ao banheiro.

E enquanto lavava as mãos, fui atraído pela conversa nada convencional de dois caras que lá se encontravam.

Em resumo, um deles estava contrariado com o outro pelo fato de que já haviam gastado mais de R$ 50,00 (cinquenta reais) - acredito que com comida e bebida - com duas garotas que os esperavam no interior do bar. 

Num primeiro momento, pensei que se tratava apenas de um cara pão duro. Algo natural para algumas pessoas. 

Ocorre que o amigo contrariado, para minha surpresa, lembrou o outro que, com mais R$ 30,00 (trinta reais), poderiam ter saído diretamente com uma prostitutaE que, assim, não precisariam ficar gastando tanto dinheiro e conversa na tentativa de tentar conquistar aquelas moças que os esperavam.

Vale mais a pena, insistia o amigo contrariado.

Não me contive e dei uma senhora gargalhada, entregando que estava escutando a conversa de ambos sem qualquer pudor.

O amigo contrariado, então, disse ao outro:

- Viu, até esse cara aqui concorda comigo! Não é verdade? - perguntou-me.

Eu, obviamente, limitei-me a abrir um sorriso e retornar ao bar.

Assim que cheguei à mesa, comentei o ocorrido com o pessoal e acabamos conversando um pouco sobre o assunto, o qual ainda não me saiu da cabeça.

Ora, a mulher que esperava o "cara contrariado" talvez estivesse pensando que ele poderia ser o homem da sua vida enquanto este, concomitantemente, reclamava ao amigo que a relação custo benefício de uma prostituta era mais vantajosa.

Que falta de ética, não?

A verdade é que o ser humano, em especial o homem, sabe ser repugnante quando quer.

Simples assim.