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- Quero o divórcio - disse Alberto para sua esposa assim que terminou de tomar seu café da manhã.
Amanda, a esposa, sorriu. Afinal, seu marido costuma pregar-lhe peças desde a primeira vez que se viram, 32 anos antes.
Era o típico brincalhão, característica que encantava (e muito) sua esposa Amanda.
Alberto, no entanto, com um tom ainda mais seco, repetiu a frase sem esboçar qualquer sinal de que estava brincando.
- Quero o divórcio!
- Para com isso, Beto! - implorou-lhe a esposa, um tanto nervosa com a brincadeira.
Seu marido, contudo, continuava sério, sisudo. Praticamente um recorde para o brincalhão Alberto.
Então, após alguns segundos, Alberto rompeu o silêncio:
- Não estou brincando... Parto ainda hoje.
Amanda arregalou os olhos e pôs-se a segurar as lágrimas que, instantaneamente, começaram a se acumular no canto dos olhos.
- Mas o que foi que aconteceu? O que foi que eu fiz? - perguntou-lhe, agora em desespero.
- Acho que não te amo mais. Apenas isso... - respondeu ele.
Amanda não queria acreditar nas palavras do marido. Não entendia como, da noite para o dia, tudo havia mudado tão bruscamente.
Rapidamente, tentou lembrar se havia feito algo grave o bastante para que ele se comportasse daquela maneira, mas nada lhe ocorreu.
Num rompante de coragem, então, perguntou ao marido:
- Você não está brincando, está?
- Claro que estou brincado, sua pata - respondeu Alberto. - Parece que nem me conhece - completou antes de dar uma sonora gargalhada.
Após ouvir a resposta, Amanda deixou que as lágrimas, até então contidas, tomassem-lhe os olhos sem qualquer pudor. Chorava e soluçava freneticamente, num desespero quase que interminável.
O marido, preocupado, repetia sem parar:
- Era só brincadeira, meu amor.... Era só brincadeira...
Daquele dia em diante, Amanda nunca mais riu das brincadeiras do marido com a mesma intensidade de outrora.
Nunca mais.
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