Assim que terminei meu último relacionamento (que, "tecnicamente", foi o único), tive que lidar com a ideia de morar sozinho.
Quando me dei conta, não havia mais ninguém em casa além de mim e minhas inúmeras incertezas.
Algo relativamente bem assustador, a princípio.
Chegar em casa e não ter com quem conversar - a Josefina não fala, infelizmente - é algo bem angustiante, sobretudo quando se é um principiante nesse assunto.
Não fosse a televisão e o som irritante que insistentemente teima em sair dela, seria possível cortar com uma faca o silêncio que paira (pairava) no ar.
Invariavelmente, então, você acaba se sentindo só, o que pode levar-lhe a tomar decisões precipitadas.
Invariavelmente, então, você acaba se sentindo só, o que pode levar-lhe a tomar decisões precipitadas.
Essa "solidão passageira", a propósito, deve ser o principal motivo pelo qual as pessoas insistem em retomar um relacionamento cujo ciclo chegou ao fim.
À medida que o tempo foi passando, contudo, fui me acostumando com a sensação de morar sozinho.
E algo que certamente me ajudou nesse processo foi uma mudança involuntária no meu comportamento.
De repente, me peguei interagindo com as outras pessoas com uma frequência muito maior.
Só então me dei conta de que interagir passou a ser uma necessidade, e não mais um mero passatempo.
A verdade é que acabei me adaptando à situação.
Adaptar-se, aliás, talvez seja uma das melhores qualidades do ser humano. Afinal, com um pouco de boa vontade, nos amoldamos a quase tudo.
Hoje, posso dizer que gosto de morar sozinho. No mínimo, sinto-me à vontade com essa condição.
É aquela velha máxima: nada como um dia após o outro.
Claro que sinto falta de ter alguém com quem partilhar as coisas (das mais importantes, como uma grande conquista pessoal, às mais triviais, como fazer o café).
Até porque, acredito que seja da nossa natureza querer fazer isso com quem julgamos especial.
Até porque, acredito que seja da nossa natureza querer fazer isso com quem julgamos especial.
Mas se tem uma coisa que apreendi nestes últimos anos (nos últimos meses, em especial), é que tudo tem seu tempo.
Tudo, absolutamente tudo, tem a hora certa.
Enquanto isso, sigo só.
Por mais incrível que pareça, sinto-me bem com a minha própria companhia (risos).
Menos mal...
Por mais incrível que pareça, sinto-me bem com a minha própria companhia (risos).
Menos mal...
Nenhum comentário:
Postar um comentário