Um primeiro parágrafo inacabado em uma folha amarelada fixada numa surrada máquina de escrever fabricada em 1934.
É exatamente assim como me sinto neste momento.
Sem tirar nem pôr.
Como se tivesse um árduo trabalho pela frente.
Muito a produzir, a errar, a acertar, a errar de novo.
Em termos práticos, a viver.
Acometido por uma sensação um tanto dúbia: o céu é o limite x um longo caminho a percorrer até lá.
Se é que chegarei "até lá".
A vida, felizmente, não cansa de me surpreender.
Por vezes, positivamente.
"Às vezes tudo; às vezes nada; às vezes tudo ou nada; às vezes 50%".
O mais curioso é que esse "fardo" de ter muito a produzir também é uma espécie de benção.
Afinal, é uma porta escancarada para infinitas possibilidades.
É o "avesso do avesso do avesso do avesso" da maldita comodidade.
No fim das contas, é aquela velha história: tudo depende da forma como você encara as coisas.
Logo, tão certo quanto um chope gelado numa sexta à noite, dias melhores virão.
E o texto que começou com uma pegada deprê termina surpreendentemente esperançoso.
Aparentemente, uma metáfora perfeita da vida, que, não é demais lembrar, está sempre em movimento.
Sempre.