quarta-feira, 25 de março de 2020

A condição - CAPÍTULO 2

Ainda atônito e sem saber o que dizer, Marcelo limitou-se a deixá-la entrar em seu QG.

"Eu não acredito que a Márcia está na minha casa" - repetia para si mesmo, em pensamento, numa espécie de mantra particular.

A casa estava uma bagunça sem precedentes, é claro.

Mas Márcia parecia não ter se importado muito, tampouco Marcelo que, a essa altura, urrava por dentro.

Sentia-se um adolescente e, como tal, não sabia ao certo como se comportar.

No melhor estilo Sr. Miyagi, cruzava as pernas, descruzava as pernas

Definitivamente, estava nervoso.

Ela, por outro lado, carregava consigo um sorriso indelével.

A energia que emanava daquela mulher era quase suficiente para acender as luzes do pinheiro de natal que guarnecia a sala há ininterruptos três anos.

A essa altura, Márcia sabia que tinha seu vizinho na mão. E, claro, parecia estar se divertindo com isso.

Pouco falavam, muito bebiam.

Até que Márcia, após um cruzar de pernas tão clichê quanto espetacular, quebrou o silêncio:

- Vou ser bem direta. Vim até aqui por um motivo bem específico...

- E qual seria esse motivo? - retrucou Marcelo de bate pronto.

Quase em câmera lenta, Márcia mordeu os lábios de um jeito sexy o bastante para iniciar um processo de autocombustão em Marcelo. 

Em seguida, sem qualquer cerimônia, aproximou-se do ouvido de Marcelo e sussurrou:

- Eu quero você... Quero muito...

Marcelo estava incrédulo. Era bom demais para ser verdade. 

Ele mesmo reconhecia que não era merecedor de tamanha dádiva.  

Contudo, antes que pudesse esboçar qualquer reação, Márcia disse-lhe:

- Só tem uma condição.

- Que condição? - tornou a perguntar ele, agora curioso.

Então... - respondeu Márcia.

CONTINUA...

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