Marcelo resolveu por bem dar uma última analisada na semideusa que invadira a sala de seu apartamento.
Sabia que aquela seria a última vez que iria vê-la com os tristes olhos de quem nunca teve a chance de tocá-la.
Nesse ínterim, Márcia o olhava com certa curiosidade.
Imaginava que seu vizinho seria mais afoito, sobretudo diante de tudo que havia ouvido de seus amigos.
De qualquer forma, ali parada sob o sol que rasgava a janela do apartamento, explodia em beleza.
Até a extemporânea árvore de natal parecia estar interessada em Márcia, tamanho o magnetismo daquela mulher.
Ainda vestido, Marcelo aproximou-se.
Nem uma escola de samba carioca seria capaz de acompanhar a cadência de seu coração naquele momento.
Num movimento certeiro, então, levantou os cabelos de Márcia e passou-lhe a beijar o pescoço, agora também desnudo.
Márcia, mais interessada que nunca em seu vizinho, retribuiu tentando beijá-lo na boca.
Ele, contudo, limitando-se a balançar a cabeça para os lados, negou o beijo. Queria postergar aquele momento a todo custo.
Ato contínuo, colocou Márcia deitada no sofá e passou a beijar-lhe o corpo sem qualquer pressa.
Começou pelos seios, desceu para barriguinha, uma rápida passada pelo ventre, coxas, pézinhos 35, coxas de novo, ventre, seios, ventre... e assim sucessivamente.
Márcia não demorou muito a perder o controle; pelo contrário, logo teve um orgasmo forte o bastante para lhe fazer berrar.
Em seguida, ainda sob o testemunho da inconveniente árvore de natal, transaram no sofá.
Márcia estava extasiada.
E, com o primeiro sinal de relaxamento, pôs-se a chorar freneticamente. Soluçava.
Porém, tão logo se acalmou, abriu um sorriso satisfeito para Marcelo, que, enfim, tascou-lhe um beijo.
Foi um beijo lento; um beijo ao mesmo tempo doce e salgado; foi "o beijo".
Ambos sorriam.
CONTINUA...
Nenhum comentário:
Postar um comentário