Pedro estava cumprindo à risca a promessa que havia feito a si mesmo.
Nem mesmo aqueles olhos de cigana oblíqua e dissimulada o demoveriam da ideia de esquecê-la.
Não queria absolutamente mais nada com Paula.
Nada vezes nada.
Nada vezes nada.
Quase dois meses depois, no entanto, um fato novo e bastante peculiar mudou tudo.
De inopino, um vírus para lá de mortal, surgido em uma província chinesa qualquer, deu início a uma pandemia global que rapidamente alcançou o Brasil.
Tal fato, naturalmente, modificou a rotina de todos, que, mesmo contra a vontade, passaram a se isolar em suas casas.
A ideia, segundo especialistas, era achatar a curva de contágio da doença.
Até que, numa terça chuvosa, Pedro recebeu um "meme" bem engraçado e diretamente relacionado à pandemia que assolava o mundo naquele momento.
Algo do tipo "só vou sair com você no dia em que tiver uma pandemia".
Algo do tipo "só vou sair com você no dia em que tiver uma pandemia".
Inevitavelmente, acabou lembrando de Paula e de toda aquela enrolação que o fez desistir. Então, quase que automaticamente, encaminhou-lhe o "meme" e uma mensagem.
Por mais inverossímil que soe, foi o ato mais despretensioso por ele já realizado.
Zero pretensão.
Zero pretensão.
O fez apenas porque julgou relativamente engraçado, dadas as circunstâncias.
Mal sabia ele, contudo, que aquele simples gesto faria tudo mudar.
Tudo.
CONTINUA...
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