quinta-feira, 4 de junho de 2020

Paixão pandêmica - Capítulo 6

De fato, após o envio daquele "meme" para lá de aleatório, as coisas mudaram radicalmente.

Nem parecia que haviam ficado quase dois meses sem trocar uma única palavra.

Além do que, com o início da "era p.M." (pós-meme), a conversa ganhou outro tom.

Não era mais aquela coisa espaçada, sem sal.

De repente, a ausência de verticalidade de outrora passava longe.

Então, quando se deram por conta, estavam conversando dia e noite, noite e dia, horas e horas a fio.

Falavam sobre todo e qualquer assunto que viesse à tona.

Não parecia haver pauta desinteressante.

Na verdade, o assunto era o que menos importava. A ideia era se aproximarem cada vez mais e mais, ainda que virtualmente.

A sintonia, portanto, era mais do que fina.

Pedro, desta vez nitidamente mais confiante, resolveu partir para o tudo ou nada.

Não aguentava mais aquela teoria toda.

Então, após descobrir o endereço de Paula, enviou-lhe a dupla simultaneamente mais infalível e clichê de todas: flores e chocolate

Além disso, mandou um cartão com os seguintes dizeres: 

"Mesmo a distância, já lhe conheço o suficiente para saber que você é especial. Aquele tipo de mulher que merece nada menos que o melhor. Quem sabe eu possa lhe proporcionar isso..." 

Foi o suficiente para Paula derreter igual manteiga na chapa.

O cartão enviado por Pedro, por mais singelo que fosse, havia destruído suas defesas mais intransponíveis. 

A essa altura, Pedro tinha certeza de que aquela mulher seria sua.

E que o tão aguardado primeiro encontro, enfim, estava prestes a sair do plano teórico.

CONTINUA...

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