Recentemente, resolvi mudar de cidade.
Nada que pessoas comuns não façam vez ou outra, certo?
Ainda assim, uma decisão bastante ousada, sobretudo se levarmos em consideração que morava na mesma cidade há exatos 22 anos.
Opinião precipitada e irrelevante de terceiros à parte, o fato é que já vinha pensando no assunto há alguns bons meses.
Certas coisas, porém, como não conseguir vender o apartamento, acabavam atrapalhando os planos.
Tinha o maldito fator comodidade também.
Por que, afinal, alguém confortavelmente instalado como eu venderia tudo e arriscaria a sorte em uma cidade vizinha?
"Seria mais fácil fazer como todo mundo faz, sem sair do sofá, deixar a Ferrari pra trás" (Gessinger; dois mil e alguma coisa).
Convenhamos que a vida é curta demais para comermos sempre as mesmas comidas; frequentarmos sempre os mesmos bares; caminharmos sempre nas mesmas ruas; viajarmos sempre aos mesmos destinos.
Partindo dessa premissa, certas coisas não só podem como devem ser mudadas de lugar vez ou outra.
Uma convergência de fatores, como finalmente conseguir vender o apartamento, passar a trabalhar sob regime de home office parcial e amar uma mulher que mora justamente na cidade para a qual me mudei, obviamente, foram determinantes para, enfim, executar a operação "mudança de CEP".
Definitivamente, não tinha como ser mais propício.
Então, de mala e cuia (e catiora), mudei-me para a vizinha Criciúma/SC.
Tinha comigo que gostaria e muito de morar aqui, especialmente em razão das comodidades inerentes a uma "cidade maior".
Ter tudo ao seu alcance é bem interessante, para dizer o mínimo.
Tanto que, com exceção do friozinho habitual que uma mudança dessa magnitude nos provoca, vim de peito aberto, sem sequer olhar para trás.
Não olhar para trás, aliás, foi um dos motivos que me levaram a tal decisão.
Nada, nada, nada como um encerramento completo de ciclo para dar início a uma vida nova.
Como se um carro com motor retificado fosse, voltei a acelerar.
E digo-lhes, sem qualquer medo de errar, que, mesmo morando aqui há pouco tempo - um mês, para ser mais preciso -, tomei a decisão mais acertada possível.
Incrível quando a vida nos confirma que tomamos a decisão certa, não?
Felizmente, às vezes a gente acerta também.
Parece ter sido o caso.