Conciliar estudos e trabalho, definitivamente, não é para os fracos, especialmente se você levar ambos a sério.
Quando você mora longe da Universidade, então...
Levava cerca de uma hora e quinze de onde morava até a Universidade. Uma hora e quinze!
E, por mais que existam pessoas que façam um esforço muito maior - pedalar quilômetros, pegar dois barcos, etc -, uma hora e quinze de ida mais uma hora e quinze de volta continua sendo tempo demais para um homem médio como eu.
Canso só de lembrar.
Lembro-me, também, de que com o avançar da faculdade, na tentativa amenizar esse cansaço, eu e alguns colegas resolvemos ir de carro em alguns dias da semana. Geralmente, no dia do estágio obrigatório, que, via de regra, fazíamos na sexta.
Com o passar do tempo, acabamos criando o hábito de beber no carro durante a volta.
Parávamos em praticamente todas as conveniências espalhadas pelo caminho.
Isso mesmo, voltávamos da faculdade bebendo uma birita durante o trajeto.
Menos o motorista, claro. Será? Fica a dúvida.
O hábito em questão, que, provavelmente, deve ter sido ideia minha (risos), acabou tornando o longo percurso faculdade-casa bem mais leve.
No mínimo, mais divertido.
Além do que, sob essas condições, aquela hora e quinze parecia passar bem mais rápido do que o habitual.
Parafraseando Zé Ramalho, "Einstein explica".
Outro hábito que criamos - este, tenho certeza, iniciado por mim - era tentar passar nas infinitas lombadas eletrônicas distribuídas pelo caminho a exatos 37 km/h.
Sei lá de onde tirei essa ideia (tédio, talvez), mas o fato é que tentava passar a 37 km/h em todas as lombadas.
E isso, por mais bobo que soe, era divertido. Até porque, eu era particularmente bom nisso, o que não é muito comum.
Nunca contei isso para ninguém, mas, mesmo tendo se passado 13 anos desde então, ainda hoje, não resisto ao "desafio" de tentar passar a 37 km/h nas lombadas eletrônicas da vida.
Por que continuo fazendo isso? Não sei.
O que eu sei é que, sempre que consigo tal façanha - que, convenhamos, de façanha não tem nada -, abro um largo sorriso.
E, claro, lembro desses raros momentos de felicidade que a faculdade me proporcionou.
Daquele tempo em que dávamos uma breve pausa na correria do dia a dia para vencer as lombadas em relativa baixa velocidade.
Em exatos trinta e sete quilômetros por hora.
Nem mais, nem menos.
Um comentário:
Crenças,37km/h? 🤣🤣🤣🤣🤣
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