Lembro que, num passado nem tão distante assim, costumava ser menos atarefado.
Tempo de sobra, definitivamente, não era um problema.
Não mesmo.
Já faz algum tempo, no entanto, que isso mudou consideravelmente.
Em resumo, estou sempre atolado de tarefas variadas que consomem meu dia sem qualquer misericórdia.
Minha pulseira contadora de passos é praticamente a prova da materialidade desse "crime".
Tanto que, quando a comprei, não era fácil bater a confortável meta de cinco mil passos diários. Agora, porém, para meu espanto particular, não baixo dos dez mil, o que representa alguns bons quilômetros no fim do dia.
Já acordo de manhã ligado no 220, pensando que tenho que fazer isso, aquilo e aquilo outro.
Sempre, sempre, sempre tem alguma coisa (não relacionada ao trabalho) para resolver.
Calmaria no more.
Imagino que isso decorra, em grande parte, do fato de morar sozinho.
Afinal, as inúmeras tarefas diárias, por não estarem sendo divididas com alguém, certamente, estão tomando meu tempo com mais afinco.
Soma-se a isso as horas ordinárias de trabalho, além das atividades feitas por livre e espontânea vontade, como fazer cerveja, tentar tocar violão, escrever, dentre outras.
Enfim, o fato é que não tenho mais tanto tempo livre como outrora.
Ocorre que, "apesar do tom de pesar", essa falta de tempo livre não é necessariamente ruim.
É que, se de um lado, não consigo fazer tantas coisas inúteis quanto gostaria, de outro, parece-me que estou aproveitando o tempo residual com mais intensidade, algo sempre desejável.
Na dúvida, então, continuarei me mantendo ocupado.
Até porque, todos concordamos que é melhor fazer coisas de mais do que de menos.
Só acho.
Imagem: http://obviousmag.org/tantas_palavras/2015/06/o-que-fazemos-com-tanto-tempo.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário