Estranhamente, a gente sabe, bem cedo, quando se trata da pessoa certa.
"É sobre isso..." (risos).
Com o avançar dos meses, então, pus-me a pensar em como fazer o pedido.
Várias hipóteses me passaram pela cabeça.
Durante uma viagem? Em um voo de balão? Saltando de paraquedas? Ou quem sabe pulando de paraquedas de um balão durante uma viagem?
Como disse, inúmeras foram as ideias que me ocorreram durante esse um ano e meio de namoro.
Apenas uma coisa era certa: queria fazer algo realmente especial.
Contudo, cria de comédias românticas de Hollywood que sou, sempre me pegava pensando em fazer o pedido da forma mais clássica possível: durante um jantar romântico.
Difícil explicar, mas algo bem lá dentro me dizia que tinha que ser exatamente dessa forma.
Confesso que, na semana do grande momento, até tentei um plano b, porém os astros acabaram convergindo para que o pedido fosse mesmo realizado durante um jantar.
Era como se não pudesse passar por esta vida sem fazer isso uma única vez.
Maktub.
Durante uma viagem de férias a Pernambuco, então, resolvi colocar o plano em prática.
Mesmo porque, ainda que eu seja um tanto suspeito para falar sobre isto, que outro local seria tão ou mais especial que o nosso lindo nordeste?
No tão aguardado dia, tudo transcorria conforme o previsto.
Estava no melhor restaurante; na melhor mesa; degustando as melhores iguarias; bebendo as melhores bebidas; e, claro, com a melhor mulher.
Definitivamente, não havia como dar errado.
Após juras e mais juras de amor eterno, então, como todo noivo que se preze, ajoelhei-me e fiz o tão esperado pedido, que, para meu deleite, foi respondido com um sonoro "Claro que sim".
Foi um momento muito especial e emocionante que, certamente, jamais esquecerei.
Ocorre que, apesar do gesto internacionalmente reconhecido feito por mim, ninguém ao redor, com exceção dos diligentes garçons, esboçou qualquer reação.
Nem os beijos, nem as lágrimas, tampouco as alianças para lá de reluzentes sensibilizaram os presentes que, aparentemente, estavam mais preocupados com seus camarões suculentos.
A princípio, julguei estranha a reação dos coadjuvantes que lá se encontravam. Tamanha frieza, definitivamente, não combinava com um povo tão caloroso (geograficamente falando, inclusive).
Mas foi então que entendi tudo. Tudinho.
Mais do que nunca, não interessa o que os outros pensam ou deixam de pensar.
Na verdade, nada mais importa.
Até porque, andamos a passos largos em direção àquela que julgo ser a definição mais bonita do amor:
"Nós contra o mundo".
E nada por ser maior do que isso.
Nada.